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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sinal Imaterial / Fábio de Carvalho [Maranhão]

Hoje fiz uma pequena cirurgia para a retirada de um cisto na área labial, chamado de Cisco Mucoso ou Mucocele, segundo Dr. Garibaldi Gurgel, que agiu com o mesmo profissionalismo e dedicação. Fui operado por ele na Antiga Unidade Mista Elvira Valença Borba, em Cortês-PE, no ano de 2008, Hospital de médio porte, levando em consideração sua estrutura, serviços clínicos e demografia de Cortês. Neste hospital, Dr. Garibaldi me operou. para a retirada de um cisto sebáceo na área da virilha. Antes disso, acompanhou-me em vários tratamentos de crises de garganta, tendo só no ano de 2012-2013, me submetido a um tratamento intensivo sequenciado para resolver minhas crises de amigdalites recorrentes. Graças a Deus fiquei livre deste problema. Em 2015, meu filho Herbert e a apenas 11 dias, meu filho Hélder, nasceram em Palmares -PE, no Hospital Santa Rosa, através da proteção de Deus a contar com as mãos abençoadas deste grande médico, que há muito tempo, tanto minha esposa Érica quanto a mim, tem acompanhado. Além do procedimento cirúrgico, fui medicado para inibir uma crise de sinusite alérgica, bem como iniciado um tratamento a base de drogas diárias para a manutenção preventiva desse problema de saúde. Antes, durante e depois de tudo, hoje, senti-me melhor, não em termos de saúde propriamente dita, mas na condição de saber, que trata-se de um médico que gosta de cuidar da saúde dos seus paciente, com o dever equivalente ao prazer em exercer a medicina. Depois de Deus, confio em Dr. Garibaldi, como instrumento do Divino Mestre, que Orienta, Guia, Instrui e Permite que ele exerça a medicina como a ciência dos anjos. Por isso, registro aqui, que quando, em 2008, fui operado pela primeira vez por este médico, vi dois anjos de luz ao seu lado, no momento em que fui anestesiado, mas não pude registrar, no entanto, hoje, fui surpreendido com mais um sinal do Alto, onde na fotografia, uma mão do meu lado direito, no momento da retirada do cisto, fez-se presente, sem que eu visse, pois eu estava com os olhos fechados, mas o registro foi feito, e "tenho convicção", mesmo porque deitei em uma maca que estava isolada ao lado da parede, sem acesso algum, mas só dei por isso há pouco, observando a foto que foi registrada por um celular.
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Obrigado, Grande Arquiteto Universo! Obrigado Espíritos de Luz! Obrigado Dr. Garibaldi!
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Saúde para Todos!
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Fábio de Carvalho
Cortês-PE, Quinta-feira, 06/07/2017 - 23h33 – 23h49min
-  Procedimento Cirúrgico com presença espiritual -
Paciente: Fábio de Carvalho
Médico Cirurgião: Dr.Garibaldi Gurgel
06/07/2017

domingo, 2 de julho de 2017

O Fim Mais Triste de Uma História de Amor / Fábio de Carvalho [Maranhão]

(&#) <--Link 1 para ler ouvindo o fundo musical.
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Francisco foi um homem que viveu no interior de uma cidade pernambucana de modo recatado e extravagante, entre a euforia natural e as crises de ansiedade que por motivos particulares, lhe acometiam. Gostava de ler. Era um fluente leitor. Leitor de livros, de olhares e de intuições que lhe eram próprias e demasiadas aguçadas. Pediu tanto a Deus para que esse dom, que muitos espiritualistas chamam de faculdade mediúnica intuitiva, lhe fosse tirado, pois, diga-se de passagem: era uma peculiaridade sua muito aguçada, e não raramente acertava. As vezes chegava a chorar por ter tanta certeza de algumas coisas que lhe chegavam em mente. A certeza e o choro eram dois estados que para Francisco, era natural, especialmente por conhecer-se bem e por ser muito emotivo, dito por muitos como muito intenso. Não ignorava o jeito das pessoas serem como eram. Dizia sempre que era preciso entender as pessoas como são e que perdoar é uma coisa urgente, que confiar deve sempre ser uma situação relativa, que julgar é um ato de imaturidade, que ser desonesto é uma condição subumana. 
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Francisco era de pouca expressão com relação a atos públicos relacionados as tidas práticas sentimentais do ponto de vista de um romance, porém, era tão intenso que não cabia no seu peito as expressões de amor que executava da maneira mais natural do mundo quando amava de fato. Lembro que a última pessoa por quem Francisco se apaixonou, custou-lhe o sossego pelo resto da vida. O motivo é decepcionante até para narrar: insensibilidade, esquecimento da outra parte, mentiras, traição. Uma vez, quando encontrei Francisco pensando sozinho, em uma noite de julho, dia primeiro para ser mais preciso, não faz muito tempo assim, olhei nos olhos do amigo, e senti dó. Mas foi uma coisa tão ruim que penetrou minha mente, e passeando pelo meu coração e minha alma, que engoli o choro e quase soluçando, eu disse para o amigo:
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____ Não fica assim, meu amigo. Levante a cabeça Francis, que era assim que eu o chamava. 

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Ele curvou a cabeça em meia-lua, pois estava ainda cabisbaixo, olhou para mim, com o olhar profundo, e voltando-se para si, como o olhar novamente fixo para o chão, balançou lentamente a cabeça para um lado e para outro. Aquele olhar, aquelas expressões, aquela imagem me comoveu tanto que não dormi a noite, e ao sair de lá, soluçava como se uma dor mortal estivesse me possuindo. Pensei comigo: Francis precisa de um ombro amigo. Mas como vou oferecer esse ombro se fiquei pior do que ele?...
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Passados anos, quando pensei que meu amigo havia se despedido da dor, o encontrei no mesmo banco. Ele era poeta, músico, escritor, artista plástico em segredo, tocava um violão que era uma beleza. De longe, lá estava ele: sentado com a perna cruzada e seu violão de braço clássico na sua mão esquerda apoiado ao pé esquerdo. Sua mão direita, apoiada nas costas do banco, estilo canapé. Senti uma alegria imensa, pois achei que o amigo havia ido embora para longe e para nunca mais voltar. Era noite quando da esquina avistei aquela cena poética e cheia de emoção para mim. Aquele pedaço de rua estava quase deserto. Não contei quase ninguém. A praça onde havia o banco e meu amigo sentado nela, sim, só estava habitada por ele. Resolvi caminhar até ele. Mas fui devagar. Pensei em pedir-lhe, quando chegasse para colocar o violão para trabalhar, pois havia muito tempo que não o escutava com o seu violão. Mas era preciso ser discreto, por isso desisti de pedir-lhe. Uma poesia, talvez, eu tivesse coragem de pedir-lhe para dizer ou até em tom de declamação, mas sem barulho, que não era do seu feitio. Comecei a caminhar, caminhar e caminhar, e percebi, que como da última vez, o amigo estava meio que desconsolado, pois de outro ângulo, notei-o meio cabisbaixo. Mas como já era tarde, eu deixei de mão essa impressão e já fui falando de longe para que ele não se assustasse quando eu chegasse:

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___ Francisco, Francisco, Francisco, você voltou?!!!...

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Naturalmente, o amigo se viraria e olharia para mim, como sempre o fez. Mas dessa vez foi diferente. Ele sequer se moveu. Eu repeti mais uma vez o chamado...

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___ Francisco, Francisco, Francisco, você voltou?!!!...

***

Nada! Nenhuma expressão, gesto ou resposta. Aproximei-me, fui chegando cada vez mais perto. Quando cheguei e toquei-lhe o ombro esquerdo, com leveza, pois com aquele braço segurava o violão, senti algo muito diferente. Esperei o amigo voltar-se para mim. Começou a chover, mas o banco que ele sentou, possuía uma cobertura. Direcionei-me para o outro lado. Dei dois, três passos olhando a chuva, e concentrado, me virei, olhando no rosto do amigo... (#&) <--Link 2 para ler ouvindo o fundo musical. (Pausa)

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...era uma estátua do amigo com um violão na mão, presa ao banco, e do outro lado, livros e um quadro pintado de uma mulher, com olhos negros, tudo isso feito de mármore e granito. Tomei um choque. De súbito, senti a maior angústia da minha vida. Não era meu amigo Francisco, era uma estátua do poeta... Acima da sua cabeça, do lado esquerdo, no pilar da estrutura havia uma placa de bronze com os seguintes dizeres: 

"Eu nunca fui...” (Francisco Campos)

Passava pelo outro lado da rua, um jovem rapaz, vestindo sobretudo e portando chapéu, uma pasta nas mãos e um olhar de espanto. Aproximando-se de mim, talvez por ter me visto ajoelhado e aos soluços, emocionado, dizendo-me sem eu perguntar nada, até porque não conseguiria pela devastadora tristeza que me tomou:
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___ Esse memorial trata-se da estátua do Poeta Francisco Campos, que também foi Músico, Escritor e Artista Plástico, mas pintava em segredo. Após uma decepção, entregou-se ao silêncio noturno das madrugadas. Escreveu até o ultimo dia da sua vida, mas o silêncio era seu idioma. Perdeu o sentido da vida. Desenganou-se. Disse ele a mim, mas ninguém acredita que ele me falou isso, que a sua angústia nasceu não de ter chegado ao fim SEU romance com a tal mulher dos olhos negros, mas por ter acreditado no seu amor, onde mentiras e insensibilidade da parte dela, o fizeram perder-se de si, desacreditar até da verdade, na capacidade de amar novamente... Francisco, meu Deus, mesmo sem dar palavra alguma, faz muita falta nesse lugar. Esse canto era dele, mas como ele me falou um dia: "Esse mundo não me cabe mais". Ele costumava escrever suas poesias e deixava nesse mesmo banco, com um seixo em cima, para que o vento não levasse. Muita gente recolheu as pedras e o papel, que parecia sangrar desengano e perdição...

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Ditas essas palavras, o jovem, que sequer sei o nome, caminhou, foi embora, sob a chuva sem olhar para trás...
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Quando levantei a cabeça, e olhei para o outro pilar, que sustentava a estrutura da coberta do banco, do lado direito, havia outra placa de bronze com as seguintes palavras:

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"Eu sempre estarei aqui..." (Francisco Campos) 
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Fábio de Carvalho [Maranhão]
02/07/2017 - 20h32min -21h44min - Domingo, Cortês-Pernambuco.