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domingo, 22 de janeiro de 2017

O Escritório tão Sonhado / Fábio de Carvalho Maranhão

IV


Eu sempre quis organizar meu lugar para realizar uma das coisas que para mim é de grande valor: ler, escrever e produzir arte como um motor de avião ligado a todo vapor. Às vezes eu pensava na estante, no birô, na mesa, nas cadeiras, nas prateleiras, tamboretes, uma cama de solteiro para um eventual descanso, iluminação adequada, os detalhes da porta e uma janela, que desse margem para uma visão celestial, que para mim, é combustível poético e benevolência natural. Até as noites de produção de poesia seriam mais sugestivas, sobre o birô, à meia luz, papel, caneta e computador, a literatura se conceberia com suavidade e forte satisfação pelo tempo e pelo e espaço.


Outro dia eu fiquei sabendo que na cidade de Gravatá, logo na chegada, do lado direito da pista, tem uma entrada, e bem antes da entrada do Detran, tem um pessoal da área de marcenaria que só lida com madeira de boa qualidade, e isso escutei na época por uma boca só.


Em 2013, quando fui resolver questões sobre minha primeira Carteira de Habilitação, pude conferir de perto, a primeira vez, se a memória não me falha, foi quando fui fazer o exame psicotécnico ou realizar a avaliação sobre legislação de trânsito. A segunda, quando fui realizar a avaliação prática, e a terceira e quarta, quando fui buscar a tão sonhada "carta". A terceira vez foi viagem perdida, pois não constava nossos nomes na remessa da semana. Ninguém se frustrou. Francisco que era a alma mais passiva do mundo, nem se coçou. Pois é, cada um sabe o que faz, e paciência, como dizem, nunca é demais. Mas voltando ao assunto principal, não comentei nada pra ninguém sobre meu interesse em organizar meu escritório e mobiliá-lo com móveis encomendados e sob medida. Não cheguei a descer para conferir os acessórios que ficavam expostos em frente aos galpões, que ainda hoje existe no lugar referenciado, mas deu pra perceber que o nível da matéria-prima e a arte eram de qualidade e pra ninguém botar defeito.


Passaram-se os anos, e mesmo eu tendo declarado que procurei conferir o que me falaram sobre os móveis de Gravatá no ano de 2013, não me furto em dizer que esta ideia já vinha sendo estruturada desde o ano de 2005, desde os rabiscos dos papéis até acessórios simples, tipo: um extrator de grampo até uma raquete para matar muriçoca, aeds egipte, pois ninguém merece escrever com o zumbido de mosquito no ouvido, além de tirar a concentração, corre-se um sério risco de ser acometido por uma doença dessas que são um terror hoje, principalmente para gestantes, crianças e idosos.


Desde esse tempo, eu sempre pensei que para escrever e estudar melhor seria necessário o tal escritório. Talvez até seja, mas hoje eu vejo que, mesmo se ele não existisse, eu escreveria com a mesma proporção, pois foram tantas etapas para chegar até aqui, que comparando o que eu escrevi antes de sentar nessa cadeira giratória que minha esposa Érica me deu, sobre esse birô de madeira pura e de duas gavetas ou sobre aquela mesa de madeira maciça, com o que escrevi depois de chegar nessa etapa, com certeza essa ultima fase não pode ser comparada sobre esse aspecto. Do papel até aqui, vieram estrutura, telhado de brasilite, reboco, piso queimado, parte elétrica e forro. Mais adiante a cerâmica do piso. Ainda mais adiante o aumento das paredes para fazer outro telhado, dessa vez com madeira nobre, a famosa maçaranduba e telha canal de primeira. Por esses dias, chegou a vez de emassar as paredes, forrar novamente, e dessa vez com uma altura fenomenal e a cerâmica da parede da frente. Mas sobre móveis, nunca comprei os de Gravatá. Ainda faltam alguns detalhes, mas o tempo como sem sempre o tempo vem rápido, assim que der eu vou ao encontro dele.


E sobre a conversa das minhas produções escritas, é claro que essa realidade mudará, e principalmente estando eu com vida e disposição para escrever, mas quando isto acontecer, eu escrevo outra crônica desmentindo esta. Não que o que acabei de escrever seja mentira. É só o modo de falar...


Fábio de Carvalho [Maranhão]
22/01/2017, 18h58  - 19h35min- Domingo, Cortês-PE, Escritório de Trabalho [Biblioteca Particular].

- Imagens em Breve -

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