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domingo, 1 de janeiro de 2017

Um Ponto de Vista Sobre as Coisas / Fábio de Carvalho Maranhão

I

Hoje, primeiro de janeiro dos anos dois mil e dezessete, contando 33 anos de idade, não me furto em dizer que me sinto mais do que nunca, um Palmarense de carteirinha. Leia-se direito! Eu disse Palmarense, e não Palmeirense. Ademais, eu não vibro com fanatismo para nenhum time de futebol com o sangue fervendo. Mas sou adepto ao Leão da Ilha do Retiro, e mesmo assim, este ano as cores espirituais são o Azul Céu e o Braco. Mas voltando ao assunto inicial, sinto-me de todo um Palmarense, mesmo sem conhecer o nome de uma rua sequer daquela cidade. Meu vinculo com Palmares vem de berço, pois lá nasci, adquiri diploma de graduação, além de também, do meu filho, nascido também, lá, para meu orgulho. É isto: Nascemos na cidade dos poetas. As vezes, quando eu caminho pela avenida São Francisco, aqui em Cortês, adentrando na rua Celso Borba, concluo também, que tenho dupla municipalidade em termos sentimentais. Uma das coisas que gosto de fazer em Cortês, por sinal, é adentrar na Lanchonete Cortês, e tomar aquele cafezinho feito por Dona Maria.O Ambiente é simples, mas é indescritível o sabor do Café e a visão de lá de dentro. As vezes sou acompanhado por um ou outro amigo, e sentados, conversamos, para variar. Estanislau ou Taninho  como muitos chamam e meu compadre Analiel são uns desses amigos que apreciam tanto quanto eu a cafeína e a conserva, a boa e antiga amizade. De dentro da lanchonete, vemos de frente partes das ruas Sete de Setembro, Celso Borba, Seis de Junho, Coronel José Belarmino e lá no morro, a Rua do Sol. Lembro-me do tempo em que trabalhei na Agência dos Correios. Com exceção da penúltima rua citada, as outras compunham meu setor de entrega. Quando lembro de parte da minha infância, vejo o quão foi e é importante para mim esta pequena cidade da Mata Sul pernambucana, divisa com o Agreste. Entre o trabalho e os estudos, tenho muito a recordar. Mas entre muitas construções, vínculos, caminhos traçados, também há desconstruções e alguns descaminhos que as vezes fazemos questão de registrar na página do pensamento e no fundamento das ações pessoais. É isto mesmo! Isto chama-se exílio por um lado, e ostracismo por outro. Mas entre o outro e um, existem a determinação e o compromisso consigo mesmo. Talvez eu não tenha sido muito claro, mas tudo é uma questão de ponto de vista. Outro dia, após quase nove horas de leitura na minha biblioteca, eu tomei chocolate quente pensando que era café. Eu até que olhei estranho para o copo após deitar a garrafa térmica sobre a xícara, mas logo acreditei que se tratava de um Bom Jesus e degustei o primeiro gole com muita vontade. Depois conclui que esse lapso ocorreu porque depois de escrever aquele bendito artigo sobre Teoria da História, eu tomei duas garrafas de Casillero Del Diablo. Eu não estava embriagado. Com duas garrafas de vinho? Eu jamais ficaria embriagado com duas garrafas de vinho. Mas elas devem ter alterado a minha visão e por isso eu devo ter confundido o café com o chocolate. Alterar ou mudar de visão sobre as coisas é uma questão que depende de muita coisa. Hoje, por exemplo, eu me sinto, como falei, mais Palmarense do que Cortesense ou Bonitense. Bonito é cidade do Agreste, e com ela a minha história é outra. Meu vinculo com Bonito, além de dois ou três amigos, é com o Clima e com a Chácara que comprei em 2014. Mas o futuro é uma incógnita. Pena que em muitos casos, o presente contribui para as vezes, querermos mudar muita coisa do passado, como falei, pelo exílio involuntário ou pelo ostracismo. Mas isso não me incomoda nem um pouco. Afinal de contas, poeta que é poeta não tem nacionalidade nenhuma mesmo, quanto mais naturalidade. E falo isto com a máxima naturalidade. Talvez quem não é poeta não entenda. Mas tudo é uma questão de ponto de vista...

Fábio de Carvalho [Maranhão]
01/01/2017, 22h54min - Domingo, Cortês-PE - Mesa da Cozinha com um Café do Lado.

Imagem - Foto com Edição: Acervo Pessoal.
Fábio de Carvalho, Analiel Francisco e Estanislau Ferreira (Taninho)
Lanchonete Cortês, Segunda-feira, 25.07.2016.




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